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A perda auditiva neurossensorial

09/10/2019

A surdez (ou deficiência auditiva) nada mais é do que a perda parcial ou total da capacidade de ouvir, manifestando diversos tipos de consequências no dia a dia do indivíduo como, por exemplo, a dificuldade de se comunicar e compreender as demais pessoas. De uma forma geral, a surdez pode ser congênita (ou seja, quando a pessoa já nasce com esta deficiência), ou adquirida ao longo da vida por aspectos diversos como doença, traumatismo ou predisposição genética.

No caso da perda auditiva neurossensorial, a região afetada corresponde às estruturas da orelha interna (composta pela cóclea e pelas células ciliadas, responsáveis pela conversão das vibrações em impulsos elétricos, que são direcionados ao cérebro pelo nervo auditivo). Essa doença pode ser causada por lesões no nervo auditivo ou nas células ciliadas, diminuindo a transferência dos sons para as orelhas externa e média. A perda auditiva neurossensorial pode ser de dois tipos: unilateral quando afeta apenas uma orelha) ou bilateral (quando ocorre nas duas).

Características da doença

A intensidade da perda pode variar de acordo com o grau de degradação das estruturas da orelha interna, sendo classificada como leve ou profunda. Entre as principais causas da doença está a exposição a ruídos extremos, danos nos nervos auditivos, uso de medicamentos ototóxicos, doenças como a diabetes e hipertensão etc. Apesar de ser mais comum em pessoas idosas, a perda auditiva neurossensorial pode afetar pessoas de todas as faixas etárias. Entre os principais sintomas da doença, destacam-se:

- dificuldade de identificar a direção do som;

- dificuldade de compreender a fala dos demais;

- dificuldade de ouvir em ambientes ruidosos;

- sensação de zumbido no ouvido;

- volume da televisão ou rádio em níveis elevados etc.

A realização de exames auditivos é essencial para o diagnóstico precoce da doença. Por isso, é importante ficar atento à sua saúde auditiva e procurar um profissional assim que identificar a manifestação dos sintomas. As opções de tratamento da perda auditiva neurossensorial incluem a utilização de aparelhos auditivos e o implante coclear.

A surdez neurossensorial no dia a dia

Recentemente, a empresária Benedita Casé Zerbini, filha da atriz e apresentadora Regina Casé, causou grande surpresa ao revelar em suas redes sociais que é surda desde os três anos de idade. Para o público, a surpresa veio pelo fato de que ela leva uma vida “normal”: é formada em design gráfico, mãe de um filho de 2 anos e possui uma carreira bem-sucedida, ao lado do marido e sócio com quem administra uma produtora audiovisual. 

Diagnosticada aos três anos de idade, Benedita tem surdez bilateral neurossensorial severa, que é uma perda originária dos danos do nervo que liga o ouvido ao cérebro. Nesta condição, ela não consegue ouvir os tons agudos e quase não identifica os tons médios e graves. “Não ouço campainha, apito, passarinho...”, explica.

Apesar de ter nascido ouvinte, a surdez de Benedita teve origem no parto, onde aspirou líquido amniótico e precisou ficar internada por quase um mês. Durante a internação, sofreu uma série de complicações, que necessitavam de medicação. Um destes medicamentos foi a Gentamicina, um antibiótico que costumava ser utilizado em recém-nascidos e que pode provocar perda de audição.

Com o passar do tempo seus pais observaram que, mesmo falando, era difícil compreender o que ela dizia. Por isso passaram a buscar a razão pela qual isso estava acontecendo, e seu diagnóstico veio através da realização de uma audiometria, teste que permite avaliar a audição, quantificando as perdas auditivas e verificando a capacidade de compreensão de fala.

O uso de aparelho auditivo

Aos quatro anos de idade, Benedita continuou realizando as sessões de fonoaudiologia, que contribuíram para o desenvolvimento da sua fala e melhor compreensão dos sons, bem como passou a utilizar aparelho auditivo. “Isso mudou minha vida, pois apesar de ele não ser suficiente para ouvir absolutamente tudo, me possibilitou escutar tons e frequências que antes eram impossíveis. Também mudei minha relação com a música.”, conta.

Em entrevista, ela conta que resolveu falar abertamente sobre sua surdez para mostrar às outras pessoas, que também possuem esta condição, que é possível “levar uma vida normal e inclusiva”. Além disso, sua visibilidade foi uma forma de incentivar as pessoas surdas a deixar de lado o preconceito e receio em falar da doença, buscar ajuda profissional e identificar as opções que podem contribuir para uma vida melhor, como o uso do aparelho auditivo, por exemplo.

Da mesma forma, seu relato busca conscientizar os não surdos sobre esta condição e desmistificar a ideia preconceituosa que muitos relacionam à surdez. “É muito bom encontrar pessoas que têm um discurso parecido com o meu e que acreditam que é possível, sim, ter uma vida leve e alto-astral”, afirmou Benedita, em entrevista.

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