Notícias


A perda da audição

09/10/2019

De uma maneira geral, é comum que as pessoas costumem relacionar a perda auditiva ao envelhecimento, já que a diminuição dos sentidos é uma realidade na vida das pessoas idosas. No entanto, há uma série de fatores que também oferecem um grande risco à sua audição e que nem sempre são percebidos. No artigo de hoje, vamos conhecer alguns deles e identificar a melhor forma de evitar sua progressão.

Quais são as causas da perda da audição?

A perda da audição pode ser causada por diferentes fatores como, o envelhecimento natural, hereditariedade, exposição a excesso de ruídos ou efeitos colaterais de alguns medicamentos. Vejamos mais alguns detalhes sobre esses fatores:

- Envelhecimento: Alguns casos de perda auditiva se desenvolvem de forma lenta e gradual com o processo de envelhecimento natural do corpo, sendo identificados como Presbiacusia, ou seja, estão relacionados a uma perda sensorioneural, cuja causa ainda é desconhecida.

Com o passar dos anos, a Presbiacusia se agrava, devido às transformações das diferentes partes que formam o sistema auditivo: o tímpano perde a elasticidade; e as articulações dos ossículos no ouvido médio se enrijecem. Essas transformações afetam a transmissão do som devido à deterioração das células sensoriais e das ciliadas.

Os pacientes que apresentam esse tipo de perda na audição conseguem ouvir uma conversa, porém têm dificuldade de entender quando estão em ambientes que apresentam ruídos de fundo, como os do rádio e da TV.

 - Hereditariedade: A surdez hereditária pode ser classificada como sindrômica ou não - sindrômica. O primeiro caso representa aproximadamente 30% do total dos casos e o indivíduo apresenta, além da perda auditiva, outros sintomas a ela relacionados.

A não-sindrômica atinge cerca de 70% a 80% dos pacientes e se apresenta de forma isolada, ou seja, sem a manifestação de outros sinais. Essa perda auditiva pode ser causada por diferentes mecanismos de herança, como o autossômico dominante ou recessivo, ligado ao cromossomo X ou mitocondrial. Cerca de 80% dos casos de surdez hereditária não - sindrômica apresenta herança autossômica recessiva.

A cura para essa deficiência já é objeto de investigação científica. Uma experiência realizada em laboratório por diversos pesquisadores conseguiu curar a surdez em ratos, substituindo um gene defeituoso por um saudável. Trata-se de uma experiência inédita que oferece perspectivas para crianças com surdez congênita.

 - PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído: A exposição prolongada a níveis altos de ruídos provoca lesões graduais no ouvido, causando uma perda auditiva sensorioneural, também conhecida como PAIR. Ela é uma das causas mais comuns em pacientes expostos constantemente a ruídos, como ambientes de trabalho, eventos com sons muito altos, ou fones de ouvido em volume excessivo.

Esses fatores causam lesões nas células ciliadas do ouvido interno e provocam uma redução na sua capacidade de captar e emitir sons para o cérebro. Embora ainda não haja cura para esse tipo de lesão, alguns estudos científicos já estão sendo realizados. Pesquisadores obtiveram resultados promissores em experiências com uma proteína que age na comunicação entre as células ciliadas do ouvido interno e o cérebro.

Esse experimento recuperou a audição em ratos, porém há necessidade de mais estudos para testes em humanos. Enquanto a cura ainda é investigada, a PAIR pode ser tratada com o uso de aparelhos auditivos para a compensação das perdas na audição.

- Medicações: Existem alguns medicamentos que podem causar a perda da audição de forma rápida ou gradual. É possível que os efeitos sejam temporários, porém, com o uso contínuo, a tendência é que os efeitos progridam para uma alteração permanente. Os medicamentos que apresentam altas probabilidades para danos aos ouvidos, são:

Antibióticos - os aminoglicosideos apresentam fatores de risco que giram em torno de 20% a 60% para a perda auditiva permanente;

Anti-inflamatórios - como ibuprofeno, aproxeno e outros da classe “não esteroides”; aspirina - perda de audição, em geral, associada a grandes doses diárias (acima de 8 comprimidos);

Medicamentos quimioterápicos - as funções auditivas podem ser alteradas com os componentes cisplatina, carboplatina e bleomicina.

Procure ajuda profissional!

Em todo caso, é importante sempre buscar a ajuda de um bom profissional para assegurar que a sua saúde auditiva está em dia e evitar a progressão dos sintomas. Além disso, medidas simples como reduzir o volume dos fones de ouvido e evitar ambientes com ruídos excessivos podem auxiliar na proteção da sua audição de forma satisfatória e promover a sua qualidade de vida.